Já fazia alguns dias que pensava como seria esse Natal, mil e uma idéias passavam por minha cabeça na esperança de adivinhar oque aconteceria, a curiosidade parecia me deixar louca pouco a pouco, a cada pensamento. Poderia ser o mais perfeito ou o mais desastroso de todos, então decidi tentar parar de pensar nisso até o dia chegar, uma tentativa falha.
Acordei com a impressão de um dia normal, levantei tomei meu banho e depois tomei um belo café, enquanto passava pela sala olhei para o calendário e lembrei, pensamentos invadiam minha mente como tiros, todos rápidos e intensos. Senti alguns calafrios, era o medo e a curiosidade tomando conta de cada pensamento.
Ele era aquele amigo que você sabe que pode confiar, mas mesmo conhecendo ele queria que só ficássemos juntos, nos conhecemos como namorados e não amigos se veem sempre, porque sabia que era diferente, ele dizia que era muito teimosa, mas concordou com a minha vontade.
O dia foi passando, não consegui comer mais, um nó no meu estomago impedia tudo. Minha mãe gritou da cozinha para começar a me arrumar. Estava nervosa, nem mesmo conseguiria passar o rímel sem borrar pelo olho inteiro. Sentei na cama e comecei a me enganar, dizendo para mim mesma que era uma festa como as outras de natal na minha casa, passei a maquiagem lentamente, minha calma era muito grande naquele momento, coloquei meu vestido e meu salto, passei o perfume que mais gostava. Pronto. Eu estava pronta para descer.
Minha calma continuou até as pessoas começarem a chegar na festa, na esperança de que você não viesse, mesmo querendo incontrolavelmente que você estivesse aqui. Andei pela casa não vi você, uma ponta de tristeza invadiu meu peito, mas você entrou pela porta, com seu sorriso enorme e piscou para mim, confesso, quase comecei a gritar de tanta felicidade, mas precisava me conter.
Depois todos sentamos fizemos a ceia, em nem um minuto se quer conseguia parar de sorrir, mas ainda estava nervosa. Deu 00:00 todos começaram com o ``Feliz Natal´´, ele chegou em mim, me abraçou e sussurrou no meu ouvido ``Feliz Natal ´´, pegou na minha mão e me puxou até a lateral da casa, onde estava a piscina, sentamos lá e ficamos conversando por um tempo, até todos chegarem e começarem a empurrar uns aos outros, resultado, bom, todos na piscina de roupa e tudo.
No final era umas 2:00 da manhã, fomos até meu quarto, depois trocamos de roupa, coloquei meu moletom e ele um shorts do meu irmão, naquele momento eu realmente não era a mais bonita, mas me sentia assim. Sentei no chão da varanda do lado dele, cheguei mais perto e encostei a cabeça do ombro dele deixando a camisa dele um pouco molhada por causa do meu cabelo, ele tirou um cigarro do shorts do meu irmão e lentamente o acendeu com um isqueiro que estava jogado ali pela varanda, depois com a outra mão escorregava seus dedos pelas mechas molhadas do meu cabelo, até acabar com aquilo, minha mãe não poderia ao menos desconfiar, apesar do meu irmão saber, ele não contava.
Ele beijou minha testa e depois levantamos, caminhamos até a cama e deitamos... pude sentir que realmente ele me amava, depois de tanto tempo conhecendo melhor um ao outro percebi que já te amava e não precisava mais lutar contra isso, então me deixei levar.
Sem sombra de duvidas foi o melhor natal da minha vida e o melhor dia também, o dia que conheci a melhor pessoa do mundo, que me amaria até o final. - Gabriela Fagá
Aquela Noite